Título:
Memórias Indianas - Uma Viagem em 108 Fragmentos Poéticos
Autor: Lucas
Viriato de Medeiros
Editora: Ibis
Libris
Gênero: Descrições
e Viagens/Poesia Brasileira
Páginas: 120
Ano: 2007
Faixa de
preço: R$28,00 - R$30,00
Avaliação pessoal: 5/5
Avaliação pessoal: 5/5
Em Memórias Indianas, Lucas
Viriato descreve a sua experiência de viagem à Índia em 108 fragmentos
poéticos. Ao retornar ao Brasil, após um mês que passou fora à convite de sua
professora de yoga, a pergunta que mais ouvia era: “E, então, como é que é a Índia?”. Sem
poder ser injusto o suficiente para ousar resumir aquele grandioso país em uma
simples resposta para curiosos, Lucas resolveu reunir suas anotações de viagem
e com elas escrever 108 fragmentos poéticos, dando origem a este livro.
Logo no prefácio, Lucas diz:
“Meu relato de viagem tanto não é a Índia, quanto um livro de fotos da
Índia não é a Índia, um mapa da Índia não é a Índia, um documentário sobre a
Índia não é a Índia.
(Será a Índia a Índia?)
Assim, este relato de viagem é, antes de mais nada, uma “viagem de
linguagem”. Ele não pretende dar conta do todo, nem esconder seus artifícios.
Assume-se uma invenção, uma brincadeira.”
E disso nos damos conta no decorrer da leitura. Embarquei nessa viagem de linguagem e me vi observando lugares dos quais eu antes nunca havia me dado conta. Tive vontade de poder viver o que foi descrito. Senti que descobri a Índia (pelo menos uma parte dela) e desejei ter uma viagem programada para lá. Agora, pretendo ter. Um dos fragmentos que muito me chamou a atenção foi este, logo no início do livro:
5. A ÍNDIA
“A Índia é que
nem quando a
gente fica sentado por muito tempo e
de repente se levanta – uma tontura
hipnótica que derruba quem não tem os
pés firmes no chão.”
77. BANGALORE
“Pelas muitas
ruas muitos carros
muitas motos cujos canos de descarga
fumavam pela gente.
Muitas buzinas
muitos barulhos
e quanto o trânsito engasgava muitos
olhos a me olhar.
A Índia é muito.”
Há um olhar sem preconceitos e estereótipos, o eu-lírico funciona como um "antropólogo
literário", descrevendo a Índia, os indianos, sua organização, interação social e
cultura em forma de poemas e nos levando a quebrar quaisquer pré-conceitos que pudéssemos ter a respeito deste país.
19. CIDADEZINHA QUALQUER
“Tempos entre coqueiros
Mendicantes entre riquixás
Atar calor buzinar.
Um turista vai devagar
Um macaco vai devagar
Uma vaca vai devagar
Devagar... os sáris secam
Eta vida besta, meus deuses.”
20. A DANÇARINA INDIANA
“Os movimentos de Minu
no centro do salão
não cabiam nas palavras.
As palavras são paradas
não batem os pés no chão
não movem a cabeça para cá e para lá
não têm sinos nos tornozelos
nem uma bola vermelha nas mãos
nem brincos que balançam
nem uma gota no centro da testa
e nem a verdade de um só mudrá seu.
Onde vai a mão
vai o olhar, a alma devolvendo
a calma que a palavra nos roubou.”
Sobre o autor:
Sobre o autor:
Lucas
Viriato de Medeiros é formado em Letras pela PUC-Rio, na habilitação de
Formação do Escrito e é, desde 2006, editor do jornal literário Plástico Bolha. É autor
de diversos outros livros, dentre eles Retorno
ao Oriente (que também será resenhado aqui na maratona) e Contos de Mary Blaigdfield, a mulher que não
queria falar sobre o Kentucky – e outras histórias. Recebeu, em 2012, o
prêmio Agente Jovem de Cultura,
concedido pelo MinC.
Você encontra Memórias
Indianas disponível para compra na Amazon, na Livraria Cultura e por um
preço mais em conta na Estante Virtual.
Essa foi a primeira resenha da Maratona do Oriente, acompanhe o calendário para ver os próximos dias de postagens aqui e não deixe de fazer o seu comentário abaixo! =)
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