quarta-feira, 16 de março de 2016

RESENHA: Maus

Título: Maus – A história de um sobrevivente
Autor: Art Spiegelman
Editora: Quadrinhos na Cia.
Gênero: Histórias em quadrinhos
Páginas: 296
Ano: 1980
Faixa de preço: R$28,00 - R$46,00
Avaliação: 5/5

Eis que finalmente apareci com a ~tão esperada~ resenha de Maus! \o/ Novamente fiz uma votação no instagram, deixando a cargo dos meus seguidores (seus lindos! <3) escolher o próximo livro a ser resenhado aqui no blog. As três opções dessa vez foram: Eu sou o mensageiro, de Markus Zusak (livro que eu estava lendo na “época”); Declaração de amor, de Carlos Drummond de Andrade (um amorzinho de livro, gent! <3); e – o grande campeão! \o/ - Maus, de Art Spiegelman. Se você votou em um dos outros livros, acalme-se! Mais resenhas virão e, muito provavelmente, você verá resenhas desses dois títulos logo logo aqui também.

Mas como vocês já descobriram de cara no título desse post (=P), Maus foi o escolhido da vez, então vamos à resenha! Ah, antes só mais uma coisinha: peço desculpas pela demora, a correria voltou a ficar intensa desde que as minhas aulas da faculdade retornaram...

Preciso começar essa resenha dizendo uma coisa: "QUE HQ"! Sério, se você assim como eu se interessa bastante – ou simplesmente se interessa – por histórias que envolvam a temática da Segunda Guerra Mundial, essa HQ é pra você! Eu já li alguns livros dentro dessa temática, ficcionais ou não, e sempre gostei bastante. Confesso que antes de Maus eu meio que não lia quadrinhos desde a Turma da Mônica (shame on me! kkk) e fui apresentada à essa HQ pelo meu namorado (quando ele nem ainda meu namorado era, haha). Num certo dia estávamos de bobeira numa livraria e, ao olhar a área dos quadrinhos, ele fez um rápido comentário a respeito da sua experiência (boa) de leitura de Maus, então na minha cabeça de "a loka dos livros" eu juntei "crítica boa + temática da Segunda GM" e pensei: "Tenho que ler!". Nisso ele me emprestou o livro, eu li – muito rapidamente, diga-se de passagem – e simplesmente AMEI! <3 E pouquíssimo tempo depois começamos a namorar (o bom gosto literário contou pontos para o namoro, hehe). Olha aí o livro Maus envolvido na minha história de amor! Hahaha.

Parte narrada por Valdek Spiegelman


Nesse quadrinho, Art Spiegelman, o autor e também ilustrador, narra a história de vivência e sobrevivência de seu pai, Vladek, nos campos de concentração nazistas. Então a obra acaba por se caracterizar como uma biografia do pai de Spiegelman, apesar de o autor falar em certa medida também de si.

A construção da história foi feita de forma muito interessante, pois Art ilustrou e narrou todo o seu processo de criação (os encontros com o seu pai, momentos de entrevista, suas angústias e frustrações, expectativas quanto à obra etc) trazendo isso também como assunto, além do tema central relativo à Segunda Guerra. Ao falar um pouco sobre como era a sua relação com o pai, e até mesmo a relação de seu pai com outras pessoas, ele constrói uma riqueza narrativa que colabora para trazer à tona características de Vladek, tanto positivas quanto negativas. Características essas que são essenciais para a construção de uma personagem forte e servem para mostrar como a sua personalidade influenciou na questão da sobrevivência nos campos. Por exemplo: Art deixa claro que o seu pai é um senhor muito teimoso. O que à primeira vista pode ser considerado um defeito, serve para justificar um tanto da sua persistência em viver e até mesmo ser um fator que influenciou no seu forte poder de negociação (Vladek fazia trocas dentro dos campos, que foram essenciais para a sua sobrevivência). Acontece nesse caso também o inverso: Art descreve o seu pai como alguém muito "mão de vaca", que economiza excessivamente, até mesmo em coisas desnecessárias e inúteis. Provavelmente essa característica foi oriunda de sua necessidade de economizar comida dentro dos campos de concentração.

Art narrando o processo de entrevista com o seu pai

A história foi publicada em 1980 no primeiro volume da revista Raw (uma antologia que foi editada pelo próprio autor) e depois teve os seus seis primeiros capítulos publicados no Pantheon. A obra foi aclamada pela crítica, na quarta capa do livro há elogios tecidos por jornais como o The New York Times e o Washington Post, por exemplo. Quanto à estrutura, Maus é dividido em Partes I e II. A Parte I possui seis capítulos e a Parte II possui cinco e, apesar do livro conter 296 páginas, a história te prende rapidamente e, se bobear, você terá terminado tudo em pouquíssimo tempo!

Outra coisa interessante dessa HQ é o fato de o autor ter escolhido representar as personagens em forma de animais, acho que essa escolha ajudou a deixar as ilustrações menos brutais – ainda que sejam chocantes em grande medida, mais até pela história em si do que pelos desenhos. A representação é feita da seguinte maneira: os judeus, são os ratos; os nazistas, os gatos; os poloneses, os porcos; e os estadounidenses, cachorros. E por incrível que pareça o livro não se chama “Maus” por referir-se à maldade (ainda que isso faça total sentido!), mas sim porque “Maus” significa “rato” em alemão (semelhante a “mouse” do inglês).

Sobre o autor (texto da orelha):
“Art Spiegelman foi editor da revista The New Yorker de 1993 a 2003 e é cofundador e editor de Raw, a famosa revista de quadrinhos e artes gráficas de vanguarda. Seus desenhos e gravuras foram exibidos em galerias e museus pelo mundo todo. Entre as honrarias que recebeu por Maus estão o prêmio Pulitzer, uma bolsa Guggenheim e indicações para o Prêmio do National Book Critics Circle. Spiegelman vive em Nova York.”

Você encontra Maus por um preço mais em conta na Amazon e na Submarino.

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